segunda-feira, 11 de junho de 2007

Sobre camisetas e paralelismo


Imagine você indo com sua camiseta nova (ou velha) para uma determinada ocasião e encontra outra pessoa com camiseta igual a sua na mesma determinada ocasião. É decepcionante! E há sempre um babaca pra dizer: “a dupla vai cantar onde?”.

Agora imagine a mesma situação ocorrendo com a pessoa que há tempos você está na azaração e finalmente consegue convidar pra sair. Não dá para imaginar algo do tipo “isso ta começando bem demais”?

Não é o cúmulo da sintonia, a pessoa que você está a fim sair de casa com a mesma camiseta? Você não começa a pensar que os céus, a vida, Deus (seja lá onde está a sua crença) estão enviando um sinal?

E só pode ser bom sinal, essa coincidência. Ainda mais que na nossa sociedade “vestir a camisa” tem todo um significado de comprometimento, responsabilidade e dedicação. É pra impressionar, não é?

Eu costumo chamar essas situações de paralelismo. É um conceito roubado da Análise Sintática do nosso Português e significa o encadeamento de orações com valores sintáticos iguais.

Por desconhecimento, o paralelismo vem sendo negligenciado nos textos e também nas relações humanas. Por isso muitos são derrubados nos concursos públicos e também na vida social, porque não sabem identificar nem analisar corretamente a situação.

Se, contudo, você não tá nem aí e nem quer depender do paralelismo para saber se o seu romance está tendo um bom começo, leve a pessoa num restaurante japonês (sempre impressiona, principalmente se o garçom souber o seu nome).

Antes que me esqueça, há quem prefira chamar esse paralelismo das camisetas de acaso. Pra mim, não. Trata-se de um forte indicador que aquela pessoa é a oração correta na sua frase, como nas regras sintáticas do nosso Português. Vai brincar com a sorte?