sábado, 28 de junho de 2008

A certeza dos ossos


A única certeza que trago é o amontoado de pó que meus ossos se transformarão em algum dia. Mais do que isso são suposições de um xadrez jogado às escuras, cujas regras se modificam a cada lance.

Mórbido? O que é a morbidade senão a constação de um fato consumado ou que virá a ser consumado? Não há o que se temer da morte, mas sim o de não ter vivido. O pavor de descobrir que não se viveu deve ser tremendamente horrível.

Menos pior é saber que não está se vivendo. Nesse caso, o verbo no gerúndio pode salvar. O não estar "vivendo" encerra em si a possibilidade de começar a viver. O que te parece? Como saber? Só apelando para contabilidade... "Quantos minutos você já viveu?/Em todo esse tempo você cresceu?/Conte nos dedos quantos consolou?" Marielza Tiscate.

Escrevi tudo isso por puro desabafo. Exercito neste momento a minha contabilidade... mas nunca fui bom com números... ;)