segunda-feira, 31 de março de 2008

O milagre da chuva


Chuva que molha o vento, sacode o coqueiro, apaga o braseiro, treme o chão. Em apenas uma gota de chuva, quanta surpresa e emoção! Capaz de fertilizar terrenos áridos e fazer brotar a gramínea, que por mais efêmera, nào é menos verdadeira que a longevidade do carvalho, pinheiro e baobás.

Intranquilidade aérea


Não me venha me dizer que você não tem medo de avião! Ora, só não tem medo quem nunca andou... Impossível ficar tranquilo a 35 mil pés de altura ou, para ser mais claro, a 11 mil metros... Eu disse 11 mil metros!

Já me falaram da segurança dos equipamentos e quanto os pilotos sào bem preparados... Tudo bem, mas porque será que volta e meia cai uma dessas máquinas ou aparelhos, como dizem no jargão aeroviário?

Não, não tem racionalidade e nem tranquilidade que resistam. Os meus piores pesadelos começam na tal da turbulência... Ótima oportunidade de exercitar a memória e lembrar de todas as orações aprendidas na infância ou de todas as pendências esquecidas em reconditas gavetas. E me tornei mestre nisso. Tem uma que recito pra mim mesmo. Ensinado pela minha vó materna, quando andava de ônibus. Uso para avião. Tenho certeza que serve. A oração é a seguinte: "neste avião tem quatro cantos e em cada canto tem um santo: São Pedro, São Paulo, São Mateus, e Jesus Cristo com todos os três"....

Não suporto turbulência da minha vida no chão, que dirá as turbulências externas a 35 mil pés! Não, não consigo. E a idade, neste quesito, ao invés de trazer tranquilidade só aumenta a angustia. Nos primeiros vôos, só pedia cadeira na janela. Gostava de ver as nuvens de cima e imaginar que aquele tapete era o polo norte aéreo... Hoje, só quero corredor. Pois quero ser um dos primeiros a pular da cadeira, quando chega a abençoada hora da aterrizagem... Que alívio... ufa! Mais uma.... Alívio esse que se quebra, quando os pilotos fazem a tal da "arremetida"? Passei por essa situação a três semanas. Foi a segunda no meu histórico de horas de vôo....

Bom. Escrevo para alivir a TPV (tensão pré-vôo). Embarco daqui a quatro horas para Brasília. Depois de uma pequena estadia num dos mais belos litorais brasileiros.... Só não foi perfeita a viagem porque era a trabalho... Viagens a trabalho são extremamente desonestas. Sempre roubam valiosas horas de boa e merecida vagabundagem... Ainda bem que choveu.. e muito!

Terei boa viagem, com certeza, mas haja TPV!