
É a hora da virada que não é virada e nem hora de nada. Apenas convenção, embora santa. Santa, porque sem essa convenção ninguém aguentaria seguir direto sem ter que refletir em algum momento o tempo transcorrido medido em acontecidos e não-acontecidos.
Eu todo ano me prometo fazer o balanço. Paro sempre no começo ou, em alguns anos, na metade.. mas nunca consegui ir a ter o final. Há quem diga que consegue. Há ainda aqueles (só podem ser loucos) que conseguem, inclusive, fazer lista do que vai fazer... aff!
Chego sentir inveja de quem consegue alimentar esses mitos do Ano Novo. Eu não consigo. A minha onda é tentar viver o agora. Neste exato momento. Tudo bem que as contas e as obrigações não nos dão muito espaço para isso... mas prometo tentar.
Aliás, diga-se: venho tentando desde o dia em que nasci. Não é fácil. De jeito algum, mas... mas.. mas... é importante tentar pelo menos. Assim, neste fictítico início, pego meu bloco de anotações, minha caneta bic azul e... jogo na lixeira debaixo do meu computador.
Nada de escritas. Nada de planos, nem projetos. Apenas um: "vou tentar!". Vou tentar viver intensamente o presente sem me preocupar com comparações do passado e muito menos projeções para o futuro. Vou tentar ser eu mesmo, ainda que isso seja mergulhar no caos.
O mais, são apenas, repito, apenas "sombras de árvores alheias" a nos perturbar e a nos impor padrões. E se há espaço, e deve haver, para a religiosidade em mim, quero continuar tentando neste novo ano a fazer todo o bem possível que puder fazer a mim e ao meu próximo.
Isso, a mim, me basta como promessas. Isso basta como religião. O mais não passa de comentários alheios sobre aquilo que de fato nos pertence. A nossa consciência. Feliz 2009 pra você e para mim! Feliz Ano velho Novo!