sábado, 12 de julho de 2008

Musas

A poesia não prescinde de musas. Aliás ela só existe quando há musas. Poeta sem musa é como violão sem corda, adão sem eva.

Não sou poeta, mas tenho musas. Hoje, se chamam saudade e solidão. Amanhã, talvez, esperança até encontrar novamente a perdida paixão.

Amo todas elas. Elas me inspiram a escrever versos no ar e a seguir compondo a epopéia que é a minha vida ou, melhor, as epopéias que são todas as vidas.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Sem fim...

Pergunta-se a cada dia quando terá fim o ciclo, a espiral sem fim da sua auto-flagelação. A porta de saída parece trancada e com a chave perdida. Não há marretas nem pés-de-cabra capazes de arrombá-la.

Enquanto isso, suas carnes são dilasceradas e recompostas a cada chibatada. É um sofrimento indizível e sem fim, sem saída. É a repetição dolorida e sem fim, sem fim, sem fim. Louco, pensa, quem pensa que tudo passa... nada passa. Tudo é repetição sem fim, sem fim...

Tudo é repetição.... Até a gota de sangue que cai e volta a cair e volta a manchar. Tudo não passa de repetição... Até o grito de dor, quando chega a sair, não passa de reverberação de outros gritos, outras dores sem fim, sem fim...

Nem a morte com suas longas mangas tem o poder de romper o ciclo, a espiral sem fim, sem fim, do mar de dúvidas, vacilos e receios... Porque tudo é sem fim. Tudo é ida e volta ao mesmo tempo, verso e reverso, tudo e nada, pleno e vazio.

Seu sangue vertido converte-se milagrosamente em cartas que ninguém lê. São garrafas lançadas ao mar, mas acabam por encalhar em praias desertas e esquecidas em "num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico".

Deita-se inerte. Não há conformação, porque nem isso é possível em tal situação.. em tal estado de coisas. Não há remédio e nem remediado está...