sábado, 19 de julho de 2008

Células da solidão

Carrego comigo dois celulares. Acabo de descobrir a única utilidade disso. Nos dias de profundo cansaço da minha solidão, posso ligar de um para outro e, pelo menos por um efêmero momento, imaginar novos futuros, novas expectativas, novos sons, novas ou velhas vozes que me chamam. Trin, trin... toca, toca... Alô? Como resposta, o arfar da minha respiração e o bumbar do meu coração.

Expctativas

Certa vez me disseram (ou seriam "certas vezes"?!) que minhas expectativas assustavam! Típica frase de quem se esconde atrás de um pretenso cuidado com o outro para não revelar suas verdadeiras intenções que, muitas vezes, não passam de uma única expectativa.

Esse papo é muito comum nos encontros sexuais... Há toda uma atmosfera no ar. O cara fala pra mina ou vice-versa ou vice-vice ou versa-versa: "To te querendo. Quero te beijar. Quero transar até náo poder mais. Vim aqui pra isso, mas... mas suas expectativas assustam". Ou, "suas expectativas são muito elevadas... não estou a altura delas" Que altura?

Você que me lê e nem está me pedindo conselhos.. mas ouça este: Não use aquelas falas, quase fajutas. Elas decepecionam o ouvido.... Decepam desejos... Desandam a comida e transformam vinho em vinagre. Se tens medo de expecativas alheias, não chegue perto nem da porta, porque você não merece que ela se abra.

Expectativas alheias assustam? Não deveriam. É sempre possível tentar ajustá-las as nossas, não atendê-las ou esquecê-las, mas temer?! Não! E muito menos sentir-se aquém delas...

As minhas expectativas são como brotos, plantados para o futuro. Alguns vigam e outros jamais deixam de ser promessa. E daí? Aliás, expecativa cada um tem a sua. Como aquela histõrinha do "ema, ema, ema"...

Coisa engraçada a tal expectativa.. Esse sentimento é tão necessário e vital como o ar e, ao mesmo tempo, pode ser tão asfixiante como a ausência dele.

Sem expecatativas não vivo, não sonho, não caminho. Impossível dar um passo a frente, ainda que esse passo a frente siginfique o bueiro, a topada e, finalmente, a queda. Se cair é só levantar!