
"Dois dedos de manteiga e um pedaço de carne dentro". A frase irritou-a profundamente. A cena do clássico, que ele alugara na videolocadora, já a deixava constrangida perante o novo pretendente, mas a frase dita em tom descritivo foi arrasadora para as suas expectativas.
A kit-estúdio dele era suficientemene aconchegante para o segundo encontro. Ela aceitou o convite para o jantarzinho íntimo seguido da sessão DVD com direito a pés e braços enrolados debaixo do mesmo edredon.
Tinha velas acessas e comida japonesa. O vinho era bom e a noite fria só aumentava a expectativa... mas a frase... ah frase que ele, jocoso, disse... Tentava não ligar muito para a irritação que a situação começou a lhe causar...
mas "Dois dedos de manteiga...!" era de mais. A frase soou como uma sugestão nada feliz. Não teve escolha. Pegou a bolsa e retirou-se da cena, interrompendo assim um roteiro que mal acabara de iniciar.
Sexo anal realmente é um tabu para as mulheres e um fetiche para a maioria dos homens, pra não dizer todos, mesmo os religiosos. Entretanto, conheci uma mulher que teve a coragem de me dizer que só se realizava com tal prática.
Com o meu pretenso liberalismo fiquei chocado. Sim. Porque acabamos nos acostumando com a idéia de quem gosta de sexo anal são só os gays, assumidadamente passivos, ou as mulheres "levadinhas", pra não dizer "vagabundas", como a sociedade hipocritamente as classifica.
A maioria, inclusive das mulheres, acha exatamente isso que a mulher que "dá o..." é vagabunda. As mais engajadas na luta pela igualdade dizem que a prática é um ato de submissão... Será? Essa mulher que tive o prazer de conhecer não era nada submissa.
Tabu ou não a cena de Marlon Brando e Maria Schneider transformou-se num marco do cinema. Entretanto, o "Ùltimo Tango em Paris" deixou muitas mágoas na atriz.
Maria Schneider, hoje com 54 anos, conta que nunca se sentiu tão humilhada. A cena não estava no script. Foi sugerida por Brando e aceita pelo diretor, Bertolucci, de quem a atriz tem as piores referências. Conforme nos revela Ricardo Calil no seu post Maria Schneider renega 'O último tango em Paris'.
Um amigo meu acaba de me informar que Tony Bentley, autora do livro "A entrega - memórias eróticas" em entrevista a jornalista Carla Rodrigues contou preferir o sexo anal, segundo ela a prática é “Um ato de submissão espiritual".
Buscando pela internet encontrei a seguinte referência sobre o livro: "a autora afasta o véu que esconde a experiência erótica proibida desde os tempos bíblicos e celebra a felicidade que existe do outro lado das convenções, onde o risco é real e onde reside o êxtase".
2 comentários:
...eu queria entender qual é a grande lógica do sexo anal na mulher. caramba, são vocês que tem próstata! portanto, de certo modo concordo com a autora, parece uma coisa meio de submissão, não sei. tenho um amigo que diz que a mulher só é dele depois de, ah, você sabe o quê.
... agora fala em 'dedada' com homem, que é, por acaso, o ser dotado da tal da próstata que faz cosquinha pra ver! hahaha.
eu deixo a dica pras meninas que tem que dizer não porque não fazem coro nem com a autora nem com a tua amiga chegada; um ótimo argumento pra me livrar dessa:
é, você quer? tá. mas nesse caso, você primeiro. rá.
[ é i n f a l í v e l. depois nem voltam mais a tocar no assunto.]
A dica é boa, Rachel, mas tem que lembrar que tem homem que se amarra numa dedada, o famoso "fio terra". eheheh
De qualquer forma, sou pela livre iniciativa do prazer. Cada um faz o que quer, desde que haja consentimento da outra parte, evidentemente...
O negócio é um presente e tanto...
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