Pergunta-se a cada dia quando terá fim o ciclo, a espiral sem fim da sua auto-flagelação. A porta de saída parece trancada e com a chave perdida. Não há marretas nem pés-de-cabra capazes de arrombá-la.
Enquanto isso, suas carnes são dilasceradas e recompostas a cada chibatada. É um sofrimento indizível e sem fim, sem saída. É a repetição dolorida e sem fim, sem fim, sem fim. Louco, pensa, quem pensa que tudo passa... nada passa. Tudo é repetição sem fim, sem fim...
Tudo é repetição.... Até a gota de sangue que cai e volta a cair e volta a manchar. Tudo não passa de repetição... Até o grito de dor, quando chega a sair, não passa de reverberação de outros gritos, outras dores sem fim, sem fim...
Nem a morte com suas longas mangas tem o poder de romper o ciclo, a espiral sem fim, sem fim, do mar de dúvidas, vacilos e receios... Porque tudo é sem fim. Tudo é ida e volta ao mesmo tempo, verso e reverso, tudo e nada, pleno e vazio.
Seu sangue vertido converte-se milagrosamente em cartas que ninguém lê. São garrafas lançadas ao mar, mas acabam por encalhar em praias desertas e esquecidas em "num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico".
Deita-se inerte. Não há conformação, porque nem isso é possível em tal situação.. em tal estado de coisas. Não há remédio e nem remediado está...
quinta-feira, 10 de julho de 2008
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Um comentário:
Será que está tudo tâo irremediável assim? Será mesmo que nada tem mais saída? Será que não há mais nada a fazer?
Se isso for mesmo verdade, fazer nada é, de alguma forma e necessariamente, fazer alguma coisa.
Nao há como se enganar sobre a existência humana. Seja ela na sua forma mais contestadora e inquieta, é tambem é uma forma de viver.
Só Deus poderia ter dúvidas disso, e ele nâo tem...Nenhuma.
Então qual a saída? É saber que tudo podemos e que temos um compromisso com Ele. É saber que somos tao poderosos que podemos gerar mundos e novas vivencias - próprias e únicas.
Será que podemos achar uma saida? Sim temos saida, sim! Pois queremos saída. entao onde está a tal chave?
Existem saídas muito diferentes das usuais: Sair para dentro...; sair de costas, para pensarem que estamos entrando... hehehehe
O ser humano vai buscar saídas sempre. O ser humano é um eterno buscador e nao se cansa disso. O fim já estava no ínicio, desde o início. E por tanto nao existe fim, mas sim, o meio. A nós só nos cabe o meio.
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