quarta-feira, 27 de junho de 2007

Beijos são os melhores confidentes

Quantos segredos escondem-se num beijo? Eu sinceramente não sei, porque não penso muito em segredos, embora adore descobrir um. O que sei é que beijos não guardam segredos, por isso são os melhores confidentes.

Antes que me questione, tenho certa legitimidade para falar de beijos. Já beijei e desbeijei muito. O meu primeiro beijo e desbeijo foi aos sete, de idade... era só lábio com lábio. Hoje, lembro assombrado do tamanho da emoção de algo tão ingênuo e puro, porque aos sete não imaginava que a língua não é só pra falar ou fazer careta.

O primeiro beijo de verdade (língua com língua) aconteceu entre 9 e 10 anos. Fui iniciado por uma prima, apenas um ano mais velha. Ali senti uma emoção diferente. Era comichão no rosto, no peito, entre a barriga e os pés. Virou quase que um vício, contudo difícil de ser sustentado quando se tem menos de 13 de idade.

Hoje, aos 40, descobri que o beijo também envelhece e é ótimo pra revelar o prazo de validade dos relacionamentos. Contudo, tenha certeza que o tempo transcorrido para um e o outro quase nunca coincidem, apesar de terem o mesmo determinante para a sua duração: a capacidade das bocas tocarem as almas de alguma forma.

Descobri também que há tipos diferentes de beijos tanto quanto há de relacionamentos. Há aqueles que começam bem, mas ficam chatos no meio do caminho. Há aqueles que começam ruim, mas vão esquentando, esquentando... Há os imediatos, tipo beijou, gamou! Ou beijo, vomitou! Quem nunca sentiu um beijo frio e gosmento? Posso escutar você dizer: “eca, parece até meleca!”

Há beijos que de tão cheios de carências e necessidades logo se transformam numa experiência inesquecivelmente desagradável, mas também há os generosos e cheios de dádivas e saudades reveladas.

Existem ainda os beijos ruins, os razoáveis e os bons. Quais elementos que determinam? Não sei. A experiência não me revelou. Já beijei sequinho e gostei. Já beijei babado e adorei. Acho que é o grau de empolgação para com a boca beijada e a capacidade das almas se abraçarem com a língua... Acho.

A minha experiência, contudo, não me deixa dúvidas: beijos são reveladores e revelam mais que o olhar. A gente que não sabe decifrar.

Sabe aquela música do Peninha “tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo e me absorvendo”? Desconfio que a versão original era “tudo era apenas um beijo (...) de repente eu me vi assim completamente seu”... Eu costumo usar uma única expressão para definir melhor esse beijo: “fudeu!” ou “To fudido!” e suas demais variantes.


Curiosidades
Não se sabe bem quando surgiu o primeiro beijo da humanidade. Segundo minha pesquisa no Google, existem 176 referências sobre o assunto. Fiquei com preguiça de procurar muito. Encontrei este link em cache que fala não só dos registros históricos, mas também da quantidade de músculos, salivas, vírus e bactérias envolvidos no ato.
http://209.85.165.104/search?q=cache:0sHKHQ90ccsJ:www.odebate.com.br/noticias.asp%3FID%3D10821+%22Primeiro+beijo+da+humanidade%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1 Pode acessar. Não é vírus.

Segundo o link, aí de cima, os registros históricos disponíveis são de 2.500 anos lá na Persa. A pesquisa do Google revelou ainda que o beijo com as línguas entrelaçadas foi inventado pelos franceses, por isso também é conhecido como “beijo francês”. A expressão “beijo de língua” surgiu em 1920. Se bobear muitas das nossas bisavós não provaram a saliva dos nossos bisavôs. E falando nisso, 97% das mulheres fecham os olhos, quando beijam. Apenas 30% dos homens fazem o mesmo.

Quero homenagear os primeiros seres humanos que descobriram este delicioso ato. Mais vale um beijo ruim do que um beijo inexistente. Respeito opiniões contrárias... mas... beijo é beijo!

Um comentário:

Bia disse...

Delícia de assunto. Delícia de texto. Conheci o PP há tempos, quando lançava seu livro: Dossiê do Beijo.

Já imaginou aprender na prática 484 formas de beijar?!

Outra coisa, adorei a sua frase - "a capacidade das bocas tocarem as almas de alguma forma". Vou transformá-la. E citar a fonte...

Beijo!