Caminhava eu e um amigo, então recém conhecido, pelas areias santistas...
Falávamos da vida e ele contava-me suas histórias amorosas, interessantes, inusitadas, assombrosas.
O som da voz do meu amigo e a expressão do seu olhar, escondida atrás dos óculos escuros, falavam de encontros e sensações revolucionários e tão conhecidas e vividas por mim mesmo.A água do mar lavava nossos pés, enquanto os meus pensamentos divagava sobre as minhas próprias histórias.
O amigo contou-me que uma das suas aventuras amorosas disse que estava apaixonada no segundo telefonema que trocaram (ou teria sido o terceiro?), e completou: “Ri na hora ao ouvir tamanho absurdo!. As pessoas são loucas, Alexandre. Como ela podia estar apaixonada por uma pessoa que nem conhecia? Perguntou-me dando nova expressividade a voz.
Na hora, concordei. Entretanto, 100 passos adiantes, nossos pés ainda marcavam as areias santistas, comecei a questionar a mim mesmo sobre o que havia ouvido... e conclui: o meu amigo está ERRADO! Assim mesmo, em letras graúdas para que não restem dúvidas.
Claro que não é loucura apaixonar-se por alguém sem conhecer tão amiúde. Eu já me apaixonei por pessoas no ônibus! Já sofri dor de “amor profundo” num percurso de 30 minutos...rs. rs (um dia conto sobre minhas paixões nos coletivos da vida). Tenho certeza que não há nada de incomum nisso.
É possível sim apaixonar-se e dar coração, dentes, ossos e o próprio sangue por uma voz, um olhar, um toque, uma história recém começada ou nem iniciada! Isto é tão humano... tão tudo que já se escreveu. Ainda que o toque, o olhar, a voz e aquela imagem sejam meras construções de significados tracejados de várias e várias experiências vividas... E daí?! Afinal, o que é o mundo que nos cerca senão a nossa própria projeção que dele fazemos?
A paixão é conhecida e sentida no primeiro e segundo telefonema... principalmente no dia seguinte... Claro! Quem precisa conhecer pra se apaixonar? Pelo contrário, quando conhecemos perdemos a paixão para o amor. Ok. Nem sempre isso ocorre. Quase sempre perdemos a paixão e simplesmente não fica nada no lugar... mas e daí?
Sofremos, choramos e isso tudo dura, muitas vezez, apenas um "percurso de 30 minutos"; ou até surgir uma nova vertigem nos arrastando pelo chão.... "mas sempre tem a cama pronta e rango no fogão", como bem já cantou Lulu Santos.
Meu amigo está errado!
quinta-feira, 28 de junho de 2007
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5 comentários:
mmmmmmmmm... não sei. eu só me apaixono beijando. por babão não rola... rsrsrs...
vim só te contar das flores que eu ganhei. a ausência do limão na coca-cola tinha, afinal, que significar qualquer coisinha que fosse (rs).
beijo e bom findi, amigo novo!
Bem, o beijo é fundamental, concordo com a Rachel - lembro de estar perdidamente apaixonada por um cidadão muderno, diferente mesmo... Até o esperado beijo. A paixão se foi no instante que a língua dura do sujeito adentrou a minha boca. ECA!
Mas, Alexandre, tamém já me consumi pela paixão por amores-minuto, assim como você.
Beijos!
Eu ja me apeixonei varias vezes numa manhã e me desapaixonei a noite. Conforme a balada me apaixonei a noite e a luz do dia trouxe a sensaçao de estar desapaixonado. A paixao é fugaz, forte, intensa, avassaladora, a adolescencia do amor. O coisa bem boa!!!!!!!!!
Seu amigo está certo. Ele não duvidou da veracidade da paixão, apenas classificou a emoção como loucura. E iria classificar de quê? Lógica?
Nossa loucura sempre traz consequências - mas nem todas são ruins.
Alexandre Pereira da Cunha Albuquerque de Almeida :-)
Cadê mais textos???
beijos
Elaine
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