domingo, 15 de julho de 2007

Sobremesa e vinho salvam do caos



As sobremesas têm me salvado do caos.

Esse verso é de Jacinto Fabio Corrêa, um dos meus poetas preferidos. Adoro. Redescobri os seus poemas recentemente. Ele me deu a honra de visitar o meu “brog” e deixou um comentário. Aliás, uma poetisa criou um blog só com poesias do Jajá (para os íntimos). Quem quiser conhecer mais é só ir lá. Vale a visita!

O verso aí de cima é tão real que chega a ser brilhante. Talvez por isso as pessoas tenham tanta dificuldades em manter-se em dietas! Quantos encontram o merecido consolo numa travessa inteira de pudim de leite? Quantos bebem licor no bico da própria garrafa ou se empanturram com barras e barras de chocolate para fugirem do próprio caos íntimo ou da solidão?


Ouvi do próprio Jacinto: "quem precisa de sexo, quando se tem chocolate a disposição?" Bem, eu não concordo totalmente.... prefiro o vinho (melhor amigo dos românticos) mas, por segurança, sempre guardo uma barra de chocolate na gaveta do criado mudo, bem do lado da cama. É só esticar o braço e pegar.


Nada melhor, depois de ter levado algum bolo, comer aos pouquinhos uma barra de chocolate recheado de castanhas. Nada de morder. Deixa a massa marrom escuro derreter lentamente na boca até ficarem só as castanhas crocantes. Para assim, em movimentos mandibulares suaves triturá-las. A luta inglória do sal com chocolate provoca um sabor na boca inigualável. É impressionante como tudo se rende ao chocolate. Do sal a tristeza, passando pelos desejos e ânsias não atendidas. Tudo se rende. Tudo se funde e é engolido e transformado em outra coisa dentro, que inevitavelmente vai sair. Um alívio.


Lanço mão do chocolate, porque onde moro as garrafas de vinho e licor ficam fora do alcance. Levantar a noite para pegar uma e abrir faz muito ruído. Pode perturbar o sono de quem não tem nada a ver com as minhas solidões. Então deixo as bebidas para os fins de tarde, solitários, de domingo.


Embora, vinho seja uma bebida ideal para beber a dois (põe ideal nisso), nada me alegra mais depois de ter passado por uma situação de "tanto faz" abrir uma garrafa de espumante Aldolfo Lona. É nacional. É um dos melhores. Alguém já disse, e eu concordo, a vida fica muito melhor depois de uma taça de espumante ou champanhe. As bolinhas estouram na boca e deixam alegrias persistentes. Não há tristeza que resista! Pode acreditar!

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