
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
Severas damas

Estranhas supertições
Tenho temores estranhos nascidos de supertições inexistentes... O que vem a ser isso? São supertições não catalogadas. Exemplo? Acreditar que há algum tipo de sinal por simplesmente passar por um poste de iluminação pública e ele se apagar ou se acender no exato momento em que você passa. Isso acontece tão frequentemente comigo. Já aconteceu de uma rua inteira ficar no breu... Não é mesmo para ficar encismado?
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
Renúncia
É preciso ter vontade. Se ela não existe, deve-se pedir a Deus, ao cosmo, a vida, aos orixás, aos santos ou qualquer entidade, crença, ou sistema de valores, onde você deposita a sua fé, mas é preciso pedir se você não tem. Eu pedi e consegui.
Desistir de um desejo, um sonho, um vício, um objeto é um ato de vontade madura, que nasce de centenas de tentativas mal sucedidas. Uma vontade de querer desquerer que, às vezes, demora para vir a tona, mas ela vem. A minha veio.
Ao conseguir, leves e fáceis de abrir tornaram-se as portas antes trancadas e extremamente pesadas. O salão que elas me conduziram é impossível de ser descrito em palavras. Melhor mesmo é viver a experiência. Quer tentar?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Milagroso álcool
E vem alguns evangélicos dizer que o vinho que Jesus bebia era desprovido de álcool. Com todo o respeito, faça-me o favor!
Ok. O ácool transforma muita situação trivial em urgência médica, funerária, carcerária, legal etc. Concordo, mas isso tudo está em minha mente ao escrever este post.
domingo, 4 de novembro de 2007
Torquato às três da madrugada
Uns transformam seus sentimentos em tragédia. Outros em arte, outros em angústia e há aqueles, contudo, que não expressam. Calam-se na falsa indiferença de si mesmos até implodirem.
Eu sou mais do time que oscila entre a tragédia e a poesia... rs. E dependendo da situação é tragédia grega "sofocliana". É muito "tomate"! Mas, geralmente, eu tento me deter na poesia...
Ontem, por volta das três da madruga, uma solidão absoluta tomou conta de mim. Não era uma sensação ruim. Era só estranha, porque não conseguia defini-la. Não havia motivos, pelo menos claros. Acabara de sair de um encontro com amigos e a noite havia sido excelente.
Entretanto, após deixar uma amiga em casa, senti-me só no mundo. Como se não houvesse absolutamente nada, nem ninguém a não ser eu mesmo. Não resisti. Desliguei o CD e tentei dialogar com aquele silêncio todo...
Para não perder a riqueza daquela emoção, gravei no celular tudo que me vinha a cabeça. Sabe que gostei? É feio se auto elogiar, mas eu gostei da gravação, embora as frases sejam meio sem nexo e redundantes. Vou tentar colocar aqui a gravação e não apenas o texto.
Tomei coragem e mostrei a um amigo a gravação. Falei que aquilo era um projeto de post para o meu "brog". Ele ouviu e com sua cultura oceanica, disse-me que Torquato Neto, o poeta tropicalista, tinha uma canção cujo sentimento era parecido com aquilo que eu expressava.
Não demorou e trouxe das suas gavetas a música "Três da madrugada", interpretação de Gal Costa. Em nenhum momento passou pela minha cabeça, acredite, me comparar ao grande Torquato em sua poesia. Muito menos foi essa a intenção do meu amigo...
São apenas referências... Para meu amigo, essa letra é a referência da música mais triste da MPB. Para mim, tornou-se uma das referências de poesia que sabe me descrever como eu mesmo não consigo...
Clarice, Pessoa, Jacinto, Quintana, Cecília, Renato e Lulu encontram um novo amigo nas cirandas silenciosas e solitárias das madrugadas... Bem vindo Torquato!
Solidão e o silêncio como resposta
Da onde vem esta solidão que nada, nem ninguém consegue estancar?
De onde surgiu? De onde vem e pra onde me leva esta solidão?
Perguntas e perguntas cuja resposta é o silêncio desta madrugada.
Não encontro nenhum resposta a essas perguntas. Apenas o silêncio de tudo.
Do vento, das flores, das árvores e dos jardins. Até o motor do meu carro silenciou.
Nada e ninguém conseguem me responder. Nada e ninguém conseguem sanar e preencher tamanha solidão....
Já sei o que vou fazer... Nada. Absolutamente nada! Não há nada a fazer. O que não há resposta e nem remédio, respondido e remediado está.
Três da Madrugada
A cidade abandonada
E essa rua que não tem mais fim
Três da madrugada, quase nada
A cidade abandonada
E essa rua não tem mais nada de mim
Nada, noite, alta madrugada
Nessa cidade que me guarda
Que me mata de saudade
É sempre assim
Triste madrugada, tudo e nada
A mão fria, a mão gelada
Toca bem de leve em mim
Saiba: meu coração não vale nada
Pelas três da madrugada
Toda palavra calada nessa rua da cidade
Que não tem mais fim...
Que não tem mais fim..
(Carlos Pinto/Torquato Neto)
sábado, 3 de novembro de 2007
Culpa e o movimento do Mundo
A culpa realmente move montanhas e vontades.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Tracinho malvado
Tudo bem que vivemos na era das convergências, dos ultra pós qualquer coisa depois de Drummond e Cia Ltda.... mas póetico-visual-musical hifenado pode ser tudo e nada, absolutamente nada do que acho que penso que pode ser o que é...
Como tenho andando muito pouco curioso, deixo aqui a dica do show. Quem for, me conta depois. Ih ao ir resgatar o e-mail vi que o show foi ontem....
Segundona e minhas obviedades
Eu lembro como se fosse hoje o dia em que decidi parar de fumar. Foi numa segunda. E consegui parar muitas segundas depois. O meu primeiro emprego, de carteira assinada, também começou numa segunda-feira, lá pelos idos de 1982... Era um menino.
A vida realmente parece começar na segunda, em ciclos intermináveis no decorrer dos anos. Acho até que a nossa idade deveria ser contada em segundas. Eu, por exemplo, teria aproximadamente 2.160 segundas-feiras, embora tenha nascido numa quinta-feira.
As vagas dos estacionamentos teriam as seguintes placas: "para os que já viveram mais de 3510 segundas-feiras. Em termos numéricos, impressiona muito mais do que os meros 65 anos. Cacilda! Vejo agora que faltam apenas 1350 segundas para eu ter vaga especial...
Falando nisso, quantas segundas mais viverei? Em quantas delas começarei ou recomeçarei alguma coisa? Em quantas, ainda, deixarei simplesmente me levar pelo séquito bovino? Questionamentos próprios de quem já ultrapassou a 2000º segunda-feira de existência.
Aliás, perguntas avaliativas sempre são adequadas às segundas. Nunca as sextas. Sexta é o fim de semana chegando. É um outro início, uma outra história, um outro post... Fale quem quiser falar das sextas...
Há quem ache a segunda muito chata. Eu não. Eu não gosto é do domingo, porque a música do Fantástico torna a expectativa da segunda uma coisa abominável. Eu já nem ligo a televisão aos domingos...
E hoje é segunda! Bem poderia ter iniciado alguns planos e projetos... Adiei. Fica prá próxima... O meio da semana é curto demais para projetos novos.... rs. rs.
Enquanto as próximas segundas não vêem não me sai da cabeça: "Eu gosto tanto de você que até prefiro esconder. Deixa assim ficar subtendido. Como uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer..."
Se você achou que a música do Lulu Santos grudou em mim por causa de alguma paixão, errou feio! Tem muito mais a haver com trabalho do que com qualquer outra coisa... mas não vou explicar...
... Até queria estar vivendo uma história platônica, mas depois de 2 mil segundas-feiras vividas, fica difícil viver qualquer história platônica. rs. rs. Mas não é impossível apaixonar-se. E isso há de valer até a última segunda-feira de minha vida.
domingo, 28 de outubro de 2007
Um mundo diferente
sábado, 27 de outubro de 2007
Não me venha...
Por favor, não me venha com rapapés, salamanquees, neologismos, conceitismos, anglicismos que só você e o seu grupo conhecem e articulam.
Share é fatia em português. Target é alvo. Custa articular assim? "Estar entrengando" qualquer coisa só entrega a indigência mental de quem está falando.
A língua é viva, mas não é doida e nem descriteriosa. O "nós vai" ou o "nós fica" é mais lógico do que as babaquices linguísticas reproduzidas pela arrogância intelectual.
Poupemos o mundo de mais confusões. Sejamos simples, claros e diretos ao escrever. Não é subestimar. Não é avacalhar. É somente respeitar a grandeza do nosso idioma.
Vírus no escritório
O vírus começa sozinho... Você vai e elimina. Depois vem mais um, mais um, mais dois, mais cinco, mais 10, mais trinta! É impressionante a capacidade multiplicativa desse praga moderna chamada e-mail.
Veja se você já não está infectado. Os primeiros sintomas são: irritação, estresse, confusão mental. Depois vem o catatonismo: nádegas grudadas a cadeira e os olhos estáticos presos a tela do computador. O último estágio é a total incapacidade produtiva-executiva.
Parece piada, mas vc já contabilizou quantos malditos e-mails você recebe por dia? Eu, como sou meio orelha seca no meu trabalho, recebo entre 50 e 60, podendo chegar a 70 nos dias de pico. E a minha organização é pequena. Em torno de 100 pessoas em todo o Brasil.
É possível trabalhar bem recebendo 60 e-mails por dia? A coisa é tão louca, que quando eu paro para responder a um e-mail, já chegaram mais 4, as vezes 5 até 10, dependendo da complexidade do que estou escrevendo...
Viajar a trabalho? O retorno é um pesadelo. Você nunca mais consegue colocar o seu maldito mailbox em dia. E eu me pergunto se toda essa facilidade de comunicação tem ajudado na organização e no aumento da minha produtividade. A resposta é simples: NÃO!
Falta parcimônia e racionalidade numa ferramenta que poderia nos facilitar a vida e virou motivo de dispersão e sentimentos de baixa auto-estima e queda na produtividade. Tentar esvaziar ou organizar o mailbox é como querer esvaziar o oceano com um copinho....
As pessoas estão esquecendo do contato pessoal. Entregam-se a preguiça de descer ou subir alguns lances de escada, ou virar a esquerda e encontrar pessoalmente o colega na sala ao lado. Esquecem de uma coisa chamada telefone. Como é bom ouvir a voz humana... (Ok. Nem sempre é bom ouvir a voz de alguém... mas é menos irritante do que ler...aposto!)
Pra piorar há ainda os mal educados que teimam em responder as mensagens coletivas copiando todo mundo de novo. Por favor, me poupe dos seus parabéns ao filho do colega que vai casar! Quer compartilhar os seus sentimentos crie um blog!
Também não quero saber do seu relatório de viagem se ele não vai me ajudar em nada no que estou fazendo. Então, envie o seu relatório somente pra sua chefia (a quem você deve satisfação), não há mim. E os parabéns envie para o nosso colega e filho. Eles vão gostar de receber.
Spam não vou nem comentar. Correntes de anjo da guarda e pedidos não dá nem pra perdoar. Não passe a frente essa bobagens. Porque na maioria das vezes, esses pedidos de doação de õrgãos, sangue, medula etc. são mentiras.
Então se você não conhece quem está pedindo não passe a frente. Ou então vá lá e doe algum do seu órgão, mas não me incomode com essas bobagens! Se um dia você ou alguém que você ama precisar, pode contar comigo, mas por favor não me peça isso por e-mail.
Outra coisa. A infeliz frase "para seu conhecimento" quase sempre me arrepia, porque anuncia quase sempre textos longos e pesados, que só vão me estressar porque eu não vou conseguir ter tempo nem disposição para "conhecer" e quando consigo conhecer, não sei o que fazer...
Façamos um trato. Só me envie coisas para o "meu conhecimento" se realmente for me ajudar em alguma tarefa que tenhamos previamente conversado. Fora isso, não julgue que os seus interesses sejam os mesmos meus.
Li uma bobagem outro dia que dizia que devíamos dedicar apenas duas horas do nosso dia para ler e responder e-mails. Eu, sinceramente, não sei se existe alguém que consegue trabalhando numa organização com no mínimo 30 pessoas. Você consegue?
Não mete a mão!
A frase jocosa é real. Quem já trabalhou ou trabalha com publicação sabe do que estou falando... Quando mais se mexe em rascunhos, mais as folhas procriam e o projeto que previa inicialmente 20 páginas, transforma-se em 60!!
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Expectativas II
Expectativas
Poética
Sem título
Estou só em casa, cercado de sons que vem da relegada TV. Da rua, vez por outra, sons de pneus atritando o asfalto ajudam-me a dispersar. Quem serão esses seres nortunos escondidos em suas máquinas e pra onde se dirigem a tal hora? Pergunto-me sem muito interesse em saber. Embora não seja difícil imaginar.... Moro muito próximo a um tradiconal ponto de prostituição de rua aqui em Brasília.
Bem, voltemos aos meus pensamentos. Eles agora fluem melhor. Acabo de desligar a TV e fechar a janela, do meu quarto; as janelas do coração estão abertas, mas sem vistas. O vinho já acabou e acabo de devorar um último pedaço de generosa barra de chocolate. Tudo se rende a esta massa escura.. Tudo... e já escrevi sobre isso...
Deixando as divagações, lembro do nosso diálogo outro dia. Falava-me você do cansaço que a vida lhe dá, a falta de esperança e as mesmas babaquices cotidianas que tiram a paciência de qualquer monge. Falava-me ainda que o ser humano é, realmente, o bicho mais escroto que existe. Ao falar, pedia-me para não trazer nenhuma palavra ou frase edificante. Dizia que a sua desesperança era tão inominável que não cabia citações e nem títulos, muito menos resgates.
Não sabia o que dizer. Calei. Achei melhor deixar que os meus ouvidos falassem. Acho que falaram e foram obedientes em não cogitar uma só palavra edificante. Sabe por quê? Porque você tem toda razão! A vida anda uma merda (não a minha, graças a Deus!) no atacado. Entende? No varejo, para algumas pessoas, até que o negócio vai bem... mas para a maioria tá ruim mesmo. Então você tem toda a razão de achar da maneira que acha e ver da maneira que é possível ver.
... ... ... ... ... ... .. . mas não consigo calar uma pergunta. E, por favor, não se irrite, novamente. O que quis dizer, ou melhor, saber quando fiz a pergunta era o seguinte: Você realmente acredita que se fosse diferente você estaria melhor? hum? Será que a cota de desesperança que carrega não é exatamente uma maneira de provocar uma reação contrária? Pergunto, porque uma coisa me parece certa, ao chegar ao fundo do poço não há como afundar mais. Então você para e fica inerte, alheio a merda em que está ou se debate, debate e tenta subir. Acho que você é do tipo que tenta subir. Está tentando subir. Tanto é que está se debatendo entre lamúrias e queixas... ... Quer uma mão? Tenho duas.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Escolhas certas ou erradas, mas escolhas
Há quem faça escolhas tão "certas" aos olhos do senso comum, cujos resultados, entretanto, são desastrosos... e o inverso também é verdadeiro. Os casamentos são excelentes exemplos para as duas situações.
Há ainda escolhas que acabam nos levando diretamente, sem escalas, para os braços da fatalidade. Já há outras que nos livram delas... Os aviões não me deixam mentir. Saber é que são elas. Como saber a melhor escolha?
"Ouça o coração! Ele nunca se engana", há quem diga. hum! Balela. Conheço muita gente que vive se dando mal exatamente por ouvir o coração.... Não é isso. Ou pelo menos não é só isso e eu não tenho a menor idéia! Vivemos num imenso nevoeiro.
Acho que quase nunca saberemos. Acho ainda que nem devemos saber. O que devemos ter em mente que o poder de fazer escolhas é em si uma dádiva. Aí vem você e pergunta até que ponto
podemos escolher? De novo, não tenho a menor idéia.
Contudo, hoje é claro pra mim que a pior das escolhas é agir superestimando sua importância. Exemplo? Quando você escolhe sacrificar-se por alguém. Geralmente, esse alguém nem percebe e ainda te sacaneia, mesmo "sem querer".
Renúncia; sacrifícios; provas homéricas de fidelidade, amizade e companherismo; braços e corações abertos as lágrimas alheias, são muito bons para nos deixar em paz conosco, porque os alvos de atos tão nobres costumam ser de uma indiferença e insensibilidade de morte...
A vantagem (sempre existe alguma) é acordar para a realidade e perceber que a nossa real importância é proporcional ao nível da necessidade das pessoas com as quais nos relacionamos. Se você tem "amigos" sabe o que estou dizendo.
Escolher fazer qualquer coisa pelos outros, esperando suprir a nossa própria carência de afeto e carinho, além de ser um equívoco gigante, é decepcionante, porque dificilmente você os terá. E nem agradecimento e muito menos reconhecimento.
Por isso é inteligente escolher fazer qualquer coisa em prol dos outros simplesmente pelo ato em si. Pode parecer egoísmo, talvez até seja, mas seguramente evita muita desilusão e cara de tacho, como adorava dizer os meus avós.
E falando em escolhas. Neste momento escolho ir para a minha cama. O texto tomou um rumo inexperado. Estou sem forças para domá-lo. Preciso dormir. Amanhã viajo a trabalho. Espero ter escolhido o vôo certo. Certo ou errado, eu escolhi.
domingo, 14 de outubro de 2007
Legião Urbana - Quase sem querer (ao vivo)
Agora que o sábado se foi e agoniza o domingo, encontro está pérola... Se fosse eu a tivesse escrito, não conseguiria que me descrevesse tão bem... Assim, junto-me ao clube daqueles que são fãs do saudoso Legião e, mais do que fãs, fazem das músicas a sua própria história. E vc o que acha?
sábado, 13 de outubro de 2007
Voltei!

domingo, 26 de agosto de 2007
Mágoas
sábado, 18 de agosto de 2007
Dois dedos de manteiga

Um amigo meu acaba de me informar que Tony Bentley, autora do livro "A entrega - memórias eróticas" em entrevista a jornalista Carla Rodrigues contou preferir o sexo anal, segundo ela a prática é “Um ato de submissão espiritual".
Buscando pela internet encontrei a seguinte referência sobre o livro: "a autora afasta o véu que esconde a experiência erótica proibida desde os tempos bíblicos e celebra a felicidade que existe do outro lado das convenções, onde o risco é real e onde reside o êxtase".
Nada de dedos
domingo, 12 de agosto de 2007
Não está funcionando!
Comida de Astro
Meu segundo prazer preferido na vida é comer. O terceiro é rir. Juntar os dois é uma dádiva.
sábado, 11 de agosto de 2007
Almoço de sábado
Não pude deixar de pensar meio que tomado daquelas indignações cotidianas: "Isso aqui é lá lugar pra trazer a mãe para um almoço em família!?. Aposto que pagam mais de R$ 100 o prato no restaurante onde costumam levar a amante! Pra mãe, serve qualquer espelunca!". Mastigava em silêncio meu julgamento sumário, quando quase pensei em voz alta: "Mas afinal o quê que eu tenho com isso?".. rs. rs. Nada, nada, nada.
Sempre fico irritado em restaurantes a quilo. Esse, por exemplo, onde fui hoje, a comida é boa, mas o atendimento é péssimo. O lugar é um pouco sujo. As mesas não são limpas nem trocadas as toalhas. Os garçons não falam, ruminam. No caixa, as pessoas são um pouco mal educadas, quase grosseiras. Realmente é muito difícil imprimir um certo profissionalismo em negócios de família, como parece ser o caso desse estabelecimento.
Aí você me pergunta o que me fez comer lá. Primeiro, fica perto de casa. Segundo, tem uma variedade razoável de pratos quentes e saladas. Terceiro, estou em época de economias. E, por fim, sou um pouco masoquista... Lá vive cheio. O que indica que o padrão de exigência dos usuários é muito baixo ou o meu grau de chatice é muito alto. Aposto nas duas hipóteses!
O engraçado é eles oferecerem "cartão de fidelidade" (parece que virou moda aqui em Brasília esse tipo de coisa). Com orgulho, respondo que não tenho e nem quero ter. Afinal, um prato de comida grátis não vale (não vale mesmo) pagar 10 refeições naquele lugar! Foi a terceira vez que fui. Não vou mais. Eu sempre dou três chances a qualquer lugar que não gosto. Hoje foi a derradeira e, infelizmente, não mudei de opinião.
Nem adianta perguntar que eu não vou escrever o nome do restaurante. Fica no final da Asa Norte em frente ao setor hospitalar. Aliás, comer naquela região é uma tarefa difícil. Já tentei todos! Não salva nenhum. Quando a comida é razoável o atendimento é péssimo. Quando o atendimento é bom, a comida é abaixo da crítica. Aliás, não sei onde anda a vigilância sanitária nesta cidade....
Exceção para o restaurante "Sabor Vital". Tudo ali é feito com cuidado e carinho. Padrão altíssimo de qualidade. O lugar é tão limpo que não teria problemas em comer sentado no chão. O único pecado é o de ser natural. Ando em letígio com trigos, arroz, feijões e similares...
Entretanto, nem tudo está perdido para os "chatonildos" e duros como eu. Mesmo em épocas de vacas magras é possível encontrar boas e baratas opções pra se comer bem. Nesse sentido, a excelente notícia é a volta da Promoção do Visa . São 100 restaurantes da cidade que oferecem 50% de desconto. Vi a lista. Tem opções para todos os humores, inclusive o meu. Não vi nenhum restaurante a quilo. Isso já me alegrou.
Já escolhi onde vou almoçar sábado que vem. Só estou esperando rodar a data do meu cartão de crédito. Ser classe média é isso! Precisa esperar a melhor data de compra do cartão.... ai. ai... Ainda vou pro topo da pirâmide social. Pode aguardar!
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
De volta!
Voltar ao trabalho exigiu uma certa negligência de mim mesmo para poder concentrar-me nas pesadas tarefas... Por isso digo que volto hoje das férias retardadas... Entendeu? Não? É apenas um conceito para tentar dizer de forma diferente que voltei a mim mesmo.
Voltei a pensar em voz alta e a cometer a indiscrição de escrever e compartilhar somente alguns desses pensamentos. Não sou louco de escrever tudo que penso... Realmente teria difuldades para trabalhar no Itamaraty.
Mudando de assunto. Você já percebeu que o tamanho da esperança é proporcional à distância do alvo que se tem a frente? Há situações em que a distância do alvo parece tão curto que esperança é quase inexistente. Aí vem o engano!
E falando em alvo, como sinônimo de meta, voltei a fazer dieta. Nada de açúcar, trigo ou vinho. Iniciei, rigidamente, a dieta nessa segunda-feira. Preciso estar oito quilos mais esbelto daqui há 30 dias. Foi recomendação médica, que se casou perfeitamente a minha vaidade desperta.
Ontem fiz uma deliciosa sopa de abóbora. Deliciosa, mesmo. Bem temperada (modéstia as favas) , reconfortante e capaz de saciar a minha fome nervosa. Se você quiser provar me avise que envio a receita por e-mail.
Amanhã, estarei mais aliviado. Hoje fiz ume exame chamado PSA... Coisas que todo homem na faixa dos 40 precisa fazer. Rs. Rs Não ria. Não chegou a minha hora da tão famosa e temida dedada.
PSA é um exame de sangue para averiguar como anda a prostata. A minha vai bem. Então, por enquanto, nada de dedada. Ufa! Quero dizer. Estou falando isso, mas o exame só sai na próxima segunda. Espero que esteja tudo bem. Vai estar, vai estar!
Ainda sobre o PSA é um exame que me deixou muito nervoso. Os caras pedem 48 horas de abstinência de sexo, caminhada, corrida ou qualquer outro esforço fisico. Há ainda um jejum fajuto de quatro horas. Imagina o humor do cidadão! Haja paciência.
Em tempo, estou protelando o exame desde segunda. Portanto, a minha abstinência são de 96 horas! Por favor, só fale comigo amanhã.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Chega de novas descobertas!
Esse tipo de descoberta é uma merda! Há gente, contudo, que acha que são libertadoras da ilusão! O caral*@#*!!!!!!De libertadoras, eu só quero saber do campeonato de futebol! O melhor é não ter entrado na ilusão, do que descobrir que era uma ilusão, ora pois!
Comer sardinha pensando ser salmão é o fim da burrice e cegueira. Acato sua opinião ao me dizer que há aqueles que sabem que comem sardinha, mas arrotam caviar... Eita! Mas desse time eu não faço parte e quero passar longe. Pior do que ser enrolado é enrolar-se a si próprio. Então o seu argumento não me ajuda muito.
Descobri que não quero descobrir mais nada nas relações afetivas. Tenho medo. Não quero deixar de ser testemunha para me tornar mais um dos exemplos.Vem a mente, milhões de exemplos... todos ruins... Eu sei que existem os bons... mas hoje eu só penso nos ruins. Também, tenho ouvido tantas histórias de pessoas sacanas, manipuladoras que seduzem, seduzem até fazer a sua "vítima" (afinal ser seduzido é bom) transformar-se em mais um número frio e inexpressivo da agenda telefônica... Há ainda aqueles que sustentam um relacionamento por anos, anos, anos, por pura conveniência, interesse... Se bem que no campo afetivo "interesse" sempre é uma via de pista dupla.
O fato é que tenho sido testemunha de vários casos, romances, namoros, casamentos e até amizades que chegam ao seu fim, desgastados. Ninguém quer mais perder tempo... É o tal da "fila tem que andar" (já falei sobre isso!). Resta a esperança de transformar o relacionamento desfeito em amizade (será mesmo possível?!!)... Ou, no caso da amizade, na cordialidade fria, própria de Brasília!
Tornar-se amigo de "ex" requer competência que poucos, muito poucos conseguem exibir (eu já aviso que sou exceção, pois consigo). E manter um relacionamento cordial com um amigo filho-da-pu**? Aí, nem eu consigo..ehehehe Em ambos os casos, são necessários uma certa dose de masoquismo... sei lá... abnegação, renúncia.. e amor... Sim, o amor verdadeiro. Não o escambo que apelidamos de amor. AMOR! Aquele descrito no Evangelho: "o amor cobre uma multidão de pecados"! Mas quem tem esse sentimento hoje em dia? Tá em falta no mercado das trocas fajutas. E como tudo é tão fajuto hoje em dia, que quase posso afirmar ser inexistente tal sentimento.
Recentemente gargalhei (de verdade) muito com uma frase que ouvi de um amigo querido ao citar uma outra amiga em comum (como não pedi autorização, tenho que manter o anonimato de ambos). A frase é curta:
"Lugar de ex é no inferno"
Pois é.... descobrir que "o" ou "a" ex está no inferno, principalmente da solidão, é um alívio que até transforma raiva em compreensão. A situação inverte-se, entretanto, quando descobre-se que o ex ou a ex está no paraíso... aí nem ebó é capaz de sarar a dor-de-cotovelo e a insanidade que se apossa de nós! ai, ai... O melhor é não saber. O melhor é não descobrir... deixar cair no esquecimento... E quem for amigo, de verdade, não venha contar! Deixa que caia um piedoso silêncio sobre o assunto...
Talvez seja essa a melhor solução... Relegar ao inferno, pelo menos do esquecimento, "os" ou "as" ex das nossas vidas. Ainda bebendo na fonte inspiradora do Evangelho: "Que os mortos enterrem os mortos"... Então que todos os ex se enterrem até o cabeça, não deixando nada de fora. Que sejam bem felizes, mas não muito e nem a vista.
Faça-se um trato entre todos os ex: leve a sua felicidade pra bem longe que eu tento não descobrir mais nada sobre você.
PS. O Tylenol PM (presente de uma amiga) tem me livrado da insônia...
sábado, 21 de julho de 2007
Aviso
Cretinices na hora do almoço
- Viu aquela morenona ali?
- Sim. Interessante.
- Pela roupa, deve ser antropóloga ou socióloga.
- ?
- Saia com estampa colorida, brincos e pulseiras de capim doirado, só pode ser antropóloga ou socióloga... Sou tarado por todas elas...
- (Rs. Rs). Provavelmente sonhou ser namorada do Che Guevara.
- Provavelmente até foi, mas isso é um segredo que ficou só entre ela e os próprios dedos.
quinta-feira, 19 de julho de 2007
Um dia de cão

quarta-feira, 18 de julho de 2007
Fatalidade, morte e tempo
Trata-se da história de Fabrício Costa, 29 anos, consultor de empresa que deveria estar no vôo JJ 3054 da TAM que partiu ontem de Porto Alegre às 17h para uma viagem sem volta. Fabrício terminou seus compromissos na capital gaúcha mais cedo. Foi para o Aeroporto e por “sorte” conseguiu embarcar no vôo JJ 3052, da mesma companhia. Chegando por volta das 15h em São Paulo sem incidentes. Infelizmente, destino bem diverso tiveram os cerca de 180 passageiros que estavam no vôo que Fabrício “deveria” estar.
Ontem, todos nós fomos expectadores da tragédia. Vimos pelas olhos eletrônicos da TV e da internet as chamas consumindo o avião e imaginamos dolorosamente a agonia de 186 pessoas dentro daquele aparelho. Se pensarmos nos familiares e amigos, nas histórias daquelas relações todas, podemos imaginar o mar de lágrimas, tristeza e saudade.
A morte trágica é uma amputação cruel, sem anestesia para aqueles que ficam. Ter um amigo, amor, parente, retirado violentamente do convívio sem que nada possa ser feito é de uma crueldade sem limites. A dor é dilacerante. Difícil de ser consolada ou aceita.
Quem poderia imaginar que depois que o aparelho venceu 35 mil pés (11 mil metros) de altitude, viria ser protagonista de tamanha tragédia? Chega a ser covarde. Sim, porque quando a roda do avião toca no solo é o momento em que há um suspiro de alívio, uf! Todos sentem isso. Vêem-se testas retesadas voltarem ao estado de relaxamento. Uns conseguem até sorrir. E aí, sem mais nem menos, o avião derrapa, atravessa uma avenida e vai estourar num galpão de combustível!
Contando, parece enredo daqueles filmes de terror B. Quando parece que está tudo bem depois de momentos de extrema tensão, a morte vem da forma mais cruel possível e elimina os personagens.
Voltando, entretanto, a Fabrício. Pergunto-me o que o fez conseguir embarcar num outro vôo e não fazer parte dessa tragédia? Eu mesmo perdi um amigo do vôo 1907 da Gol. A história dele foi inversa de Fabrício. Ricardo, antecipou o vôo e encontrou a fatalidade. Fabrício ao contrário, ao antecipar o seu vôo “fugiu” da fatalidade.
Penso agora na dor das famílias. Imagino o sentimento que invade a cabeça dessas pessoas em luto tão dolorido. Por que comigo? É a pergunta mais comum diante das fatalidades. Por quê? Difícil encontrar a resposta. Difícil falar para uma mãe e um pai que Fabrício foi “premiado”, mas o seu filho não. Mas é, de fato, um prêmio?
A nossa sociedade e cultura não transa muito bem a morte. Inconscientemente, temos a sensação “da eternidade efêmera da infância” (para usar uma expressão de um dos poemas do amigo Marcos Mazzaro). Crescemos e racionalmente sabemos que vamos morrer um dia, mas lá no recôndito do nosso ser, a sensação da eternidade (de que nunca vamos morrer) resiste. Nesse quesito, acho que as crianças são mais sábias do que nós adultos. Eu não tenho dúvidas de que a morte é uma ilusão... mas aceitá-la... confrontar-me com a idéia da efemeridade do meu status quo atual, já é outra história.
A morte sempre traz uma desculpa, dizem alguns. Mas se a morte é a única certeza que podemos ter em vida, ela não precisa de desculpas. Ela é soberana. Ela virá um dia. Dizem que alguns monges tibetanos se cumprimetam diariamente falando uns para os outros “você vai morrer”. “Credo! Coisa macabra”, pensei na primeira vez que ouvi a história, mas depois me convenci que talvez essa seja uma forma de nos lembrar da efemeridade das nossas experiências. Lembrar que desde hoje estamos a construir a nossa morte amanhã. Então, supõem-se que tudo passa. Tudo vai passar. Embora seja difícil convencer o coração dilacerado de quem fica na margem do rio, vendo o barqueiro levar o ente querido...
E, invariavelmente, quando vemos o barco partir, sempre nos perguntamos espantados entre a dor e a saudade: “Qual o significado disso tudo?!” E porque tinha que ser agora? O confronto com a morte acaba por nos leva a refletir sobre o tempo e o que fazemos com as nossas vidas, como se elas se desenrolasse num filme, onde há um roteiro e aí vem uma outra inevitável pergunta: "Quando será a minha vez"?
Os gregos acreditavam nas Moiras (para os romanos, Parcas) , três irmãs que desenrolavam e cortavam o novelo de linha da vida. As três deusas também eram chamadas de Fates, daí o termo fatalidade. Qual a lógica que as Moiras seguem para dizer em qual parte da linha a vida será cortada? Há lógica ou é apenas uma ato discricionário? Segundo a mitologia, nem Zeus o deus supremo do Olimpo, podia contestar as suas decisões.
Já na mitologia do Candomblé, idéia do tempo é diversa. Todos têm o poder de produzir o seu próprio tempo. Não existe um futuro a ser alcançado, como nós ocidentais imaginamos. Porque “o tempo é uma composição dos eventos que já aconteceram ou que estão para acontecer imediatamente (...) não fazendo nenhum sentido a idéia do futuro como acontecimento remoto desligado de nossa realidade imediata”, segundo John Mbiti, no blog Nonomito. Até onde entendi, não há essa sucessão de coisas. Não há uma linha de chegada. Aliás, essa linha de chegada até existe, mas ela está sendo construída e modificada a cada momento do agora.
Na cultura ocidental, é comum a idéia de que tempo é uma linha que o destino usa para construir a sua trama, seguindo um plano uma lógica. Para alguns iluminados, essa lógica é acessível, sendo possível a eles prever as próximas cenas ou “pontos-cruz” desse bordado infinito. Sendo assim não existe o futuro da forma fatal que o imaginamos.
Talvez seja o momento dele ter forças para conseguir abraçar um antigo desafeto. Pedir desculpas alguém. Desengavetar algum projeto.. Enfim, qualquer coisa que o deixe quite consigo mesmo. Os seus familiares e amigos idem.
E por não ter nada mais a dizer, termino esse post lembrando Vinícius de Morais: “O meu tempo é o agora!”.
terça-feira, 17 de julho de 2007
Um abraço

O movimento cresceu tanto que o Conselho da Cidade, segundo o e-mail que recebi, proibiu a campanha. Juan Mann não se deu por vencido e iniciou um campanha para liberar o "free hugs". Conseguiu arrecadar 10 mil assinaturas e iniciar um movimento mundial.
Existe um vídeo dessa campanha mixado com a música All the same, da banda Sick Puppies. O líder do grupo Shimon Moore, tornou-se amigo de Mann depois de ter recebido um abraço dele.
Bem vc pode estar se perguntando "e daí?". Mesma pergunta que fiz, lendo o e-mail. A notícia é velha e o movimento já até chegou ao Rio de Janeiro... mas quando vi o vídeo, achei tão emocionante. Toca-nos. Primeiro, porque parece louco que uma pessoa inicie uma campanha do abraço, mas é mais louco ainda a administração da cidade proibir o movimento. Depois, toca-nos porque vemos no vídeo o quanto as pessoas se transfiguram ao se permitirem abraçar estranhos. Parecem crianças.
Sim, porque abraçar o amorzinho, o papaizinho, a mamaezinha, filhos e toda sorte de gente que conhecemos e temos alguma afinidade, ainda que mínima, é muito fácil. Tão fácil que tornou-se até banal. Agora, abraçar estranhos na rua, exige um total desprendimento, amor e muita coragem, e cá entre nós uma certa infatilidade.
Abraçar é trazer pra junto. É unir coração, respiração, calor, cheiros. É troca. Mas a palavra "troca", assusta, porque nunca sabemos o que nos será levado e o que será recebido do outro... Sem querer ser óbvio, mas já sendo um pouco, não preciso dizer que em época de individualismo extremo, o abraço é algo desencorajado e vem sendo substituído pelo formal aperto mão, que até poderia ser uma versão pocket do abraço, mas cada vez mais conheço pessoas que mal tocam as mãos no cumprimento.
Entretanto abraço reciste ao tempo, aos preconceitos e medos. É algo tão envolvente e importante que para muitos constitui-se em ato religioso. No Rio de Janeiro, há pelo menos uns 15 anos, soube de um cara que oferecia a "terapia do abraço". As pessoas iam nas reuniões e todos se abraçavam. Tinha um quê de religioso, porque havia um trabalho de auto-conhecimento. Lembro ainda de um centro de Umbanda que fui há muitos e muitos anos. Lá, na roda de Pretos-velho, havia uma canção que nunca saiu da minha cabeça:
Um abraço dado
de bom coração
é o mesmo que um benção
Uma benção ou oração.
http://www.youtube.com/watch?v=vr3x_RRJdd4&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Efreehugscampaign%2Eorg%2F
Passe lá. Veja. O único risco que você corre é ter vontade de abraçar alguém, uma ação que acredito pode te tornar mais feliz. Eu não tenho dúvidas, você tem? Então tente!
Aproveito para lhe enviar uma silenciosa oração na forma do mais caloroso abraço. Espero que aceite e passe a frente.
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Alguns Poemas 2
como vão as coisas.
Nada vai.
Tudo está”.
Jacinto Fabio Corrêa
Easing going
Eu sou assim. Às vezes, basta me olhar diferente que já gamo. Se sorrir, me atiro aos pés. Se rolar beijo, no dia seguinte mando flores e bombons. Adoro convidar para o café. Encher de beijinhos entre um gole e outro... hummmmmm Beijo com café e chocolate torna-se perfeito.
Sou também o tipo que vive redescobrindo paixões esquecidas... Aquela história que “sessão nostalgia comigo não rola”, comigo rola. Vivo me re-apaixonando por músicas, poemas, amigos, “amores”... Comida e bebida. Não sei não, mas acredito que o “vale a pena ver de novo”, pode ser tão ou mais surpreendente do que possamos supor...
A maré, contudo, não tem andado boa para os românticos, não. Fico impressionado com a minha capacidade de me apaixonar, me envolver e me apegar às pessoas, mas fico aterrorizado com a capacidade das pessoas em descartarem os outros... É meio que “a fila tem que andar”. E não falo só de relacionamentos íntimos. Tenho percebido isso nas relações de amizade também. E o engraçado é que cada vez mais ouço as pessoas queixarem-se da solidão, carência...
Nada a haver, talvez pense você. A vida é assim mesmo. A fila não para... etc. etc. É pode até ser. Segundo um amigo meu eu sou “easing going”, em bom português ele quer dizer que sou fácil! Ele não deixa de ter razão. Toda vez que me refiro a alguém o sentimento vem a frente, tipo: “sabe fulano(a), cara, como gosto dele(a)!” Esse meu amigo imediatamente retruca: “de quem que você não gosta?”. Faz sentido...
O difícil é saber quem gosta de mim o tanto que eu acho que gosto das pessoas. Essa dificuldade costuma atrapalhar e muito... Uns chamam de carência... Eu chamo de solidão.
domingo, 15 de julho de 2007
Tanto Faz
Um falava pro outro sobre uma pessoa (acho que era uma mulher. Digo acho porque nos tempos atuais tudo é possível) que, apesar do visível derretimento dele, ficava na turma do tanto faz. Imaginei o pobre romântico sofredor entabulando o seguinte diálogo com a insensível criatura...
Ele – Alô? Puxa, que bom que você atendeu ao telefone. Fiquei feliz em ouvir novamente a sua voz. Aliviou os hematomas (rs)
Ela – Que hematomas? Você se acidentou?
Ele – Sim. Depois que você parou de me ligar e deixou de atender as minhas ligações, cai de saudade e estou cheio de hematomas.
Ela - ?????
Ele – Bem (voz trêmula de felicidade e meio sem graça), viajo amanhã. Não me demoro. Quando voltar, se você estiver disponível, poderíamos ir tomar chopp. O que acha?
Ela – Pode ser. Tanto faz.
Ele – Pode ser?! Ok. Foi uma péssima idéia! Ta bom, podemos tomar um vinho espanhol..... uhm... Ou você prefere o chopp?
Ela – Tanto faz.
Ele – Como assim? Ok. Já sei. Ainda péssima idéia! hummm Ta bom! Peguei pesado. Vinho é muito íntimo e cheio de intenções... E se tomarmos aquela cerveja alemã que você adorou?!
Ela – Afff... Tanto faz!
Ele – Aff???!!! Péssima idéia, de novo!!?? Eu não ando muito inspirado mesmo... Já sei! Ficamos no café com água mineral gasosa.. Convido-te a ir aquele café que queria ter te levado. Lá, estará a salva da minha saudade. Por favor, não me diga que é péssima idéia de novo! (Rs. Rs.)
Ela – Eu teria aceitado o primeiro convite. Afinal, pra mim, tanto faz! Liga pra mim quando voltar aí fazemos alguma coisa.
Ele – Ok. (Disfarçando a total perda do rebolado).. Ligo, sim....
Não sei o final da história aí de cima. Provavelmente, o moço nunca mais ligou. Se assim fez, fez bem. Não sou do time que acredita que a insistência, nesses casos, possa render alguma coisa. Quero dizer, até rende. Frustração e mais frustração...
Acho que nada é pior do que o tal do “tanto faz”. Talvez o fora seja mais honesto e denote mais consideração do que um simplesmente “tanto faz”!
Talvez por isso, Jesus (perdoe se você não é cristão) tenha dito: "Seja o seu dizer sim, sim. Não, não...
Acredito que adeptos do tanto faz sejam um tipo de planta. Não vão lugar algum por si só. São imóveis.
Sobremesa e vinho salvam do caos
As sobremesas têm me salvado do caos.
Esse verso é de Jacinto Fabio Corrêa, um dos meus poetas preferidos. Adoro. Redescobri os seus poemas recentemente. Ele me deu a honra de visitar o meu “brog” e deixou um comentário. Aliás, uma poetisa criou um blog só com poesias do Jajá (para os íntimos). Quem quiser conhecer mais é só ir lá. Vale a visita!
O verso aí de cima é tão real que chega a ser brilhante. Talvez por isso as pessoas tenham tanta dificuldades em manter-se em dietas! Quantos encontram o merecido consolo numa travessa inteira de pudim de leite? Quantos bebem licor no bico da própria garrafa ou se empanturram com barras e barras de chocolate para fugirem do próprio caos íntimo ou da solidão?
sábado, 14 de julho de 2007
Alguns poemas

Caiu tão frágil - aos meus Olhos -
No chão o ouvi bater -
E espalhar cacos sobre as Pedras
Do fundo do meu ser -
Culpei por isso o Acaso - menos
Que a mim mesma acusei
Pois Louça Velha em meu Armário
Junto à Prata guardei –
Sem comentários....
Sempre leio os versos aí debaixo quando estou me sentindo meio bostão.
Estar viva – é Poder –
A Existência – em si própria –
Já é suficiente Onipotência –
Sem outro requisito –
"Alguns Poemas" também é o nome da coletânea que tomei emprestado de um amigo que me apresentou Mrs. Dickinson há uns bons cinco anos. O livro traz os poemas em Inglês e a tradução em Português, feita por José Lira. A editora é Iluminuras.
Um rosto
Pula Fogueira
Amizades em Brasília
Em Brasília, fora a afinidade, boa educação e bons modos, exigem-se outras senhas para se ter acesso a um grupo de amigos, colegas ou seja lá o que for. E aqui você precisa de um grupo. E como é difícil entrar num. Confesso que em 11 anos de cidade, às vezes, erro a password e trava o sistema... e me vejo só, ainda que cercado de gente.
Sou forasteiro, carioca. Essas duas características já me condenam por aqui... Mas como sou um carioca atípico, sou condenado pela metade. Explico. Em algumas situações, eu até consigo furar alguns cercos. Deve ser quando acerto as malditas senhas. Depois sou esquecido como se nunca tivesse existido. E olha que gosto e não tenho problema de sair sozinho. Contudo, tenho tentado mudar. Aceito convite até pra ir em batizado de boneca, como diria um amigo baiano, mas a recíproca comigo não é verdadeira.
No Rio, dois dedos de prosa já é a senha para um chopp ou ida ao boteco para ver um jogo (e olha que detesto futebol!). Aqui não. Aqui você vê e conversa com a pessoa todo dia (trabalho, academia etc.), mas ao convidar para fazer algo fora daquele ambiente, as desculpas soltam imediatas, prontas! É como se já houvesse a expectativa do convite, portanto a negativa precisava e estava pronta. Não me lembro de ter feito nenhum convite e o mesmo ter sido aceito de primeira.
Talvez por isso, todos os meus Amigos e Amigas “coincidentemente” sejam de fora e não foram criados por aqui. Aliás, conheço tão poucas pessoas nativas de Brasília, que talvez possa soar injusto a quem lê as minhas observações.
Deduzo que por aqui os canais não podem ser misturados. Aliás, é exatamente isso. Quando alguém faz aniversário comemora da seguinte maneira: festa com o pessoal do trabalho, uma outra para comemorar com o pessoal da academia, uma outra pra comemorar com os amigos da infância, uma outra para comemorar com os parentes, outra para comemorar com os colegas do trabalho da esposa... Exageros meus a parte, é mais ou menos assim mesmo que as coisas funcionam por aqui.
Tudo bem! O problema deve ser meu. Afinal “cariocas são tão arrogantes-simpáticos e superficiais, fazem festa por qualquer coisa e misturam tudo e todos... No fundo são uns chatos!” É o que já ouvi por aqui. Não vou rebater ou debater o mérito dos adjetivos, mas uma coisa é certa. Nas festas no Rio de Janeiro, nunca me senti um peixe fora d’água, mesmo junto a pessoas que conhecia a menos de uma hora.
No Rio, as pessoas vão logo dizendo a que vieram. Agradando ou não (muitos mais desagradam do que agradam). Aqui as palavras são medidas. Todos são tão educados, cordiais, que chego ficar vermelho quando solto um “porra” entre um grupo de marmanjos.
Até conheço pessoas a quem poderia chamar de amigas, entretanto não tenho a menor idéia sobre o que pensam da vida, do amor, do sexo (nem sei se fazem sexo!). São “amigos” que nunca falam de si. Amigos totalmente desconhecidos! Amigos que te perguntam como você vai e mudam de assunto imediatamente para não ouvirem a sua resposta. Talvez por isso todos aqui sempre estejam “bem”! Amigos que toda vez que encontro, tenho a sensação de estar puxando assunto com um desconhecido numa fila de banco. “Que calor! – É ta seco!; e o jogo? - Que jogo!?”.
Putz! É difícil pra cacete. Tudo bem! Sei que estou acostumado com a avacalhação carioca. O cara senta ao teu lado no trem ou no ônibus, movimento seguinte já te conta que o patrão é um filho-da-puta e o último salário foi todo pra pagar a mensalidade atrasada da geladeira e pro material escolar do caçula que este ano começou a estudar!
Aqui não tem isso. Até nos círculos de pessoas mais simples, onde encontra-se mais facilmente espontaneidade nas relações, todos estão preocupados com o que os outros vão pensar. O que precisa ser dito (quando dito!) é sempre em meia voz. Ninguém pode saber! Não é a toa que as pessoas costumam mentir. Mentem sobre os relacionamentos. Mentem sobre o emprego, onde moram, com quem moram o que comem, o que pensam e o que fazem.
Ok. Você tem razão isso acontece em outros lugares. E parece que estou carregando demais nas tintas do quadro que pinto. Afinal quem foi que disse que a lógica das relações cariocas têm que ser a mesma lógica daqui? Entretanto é tão bom encontrar acolhimento... É tão bom se sentir acolhido num círculo de gente que você conhece e convive.
Devo ter me tornado um chato intolerante nesses últimos anos em que vivo por aqui. E, com certeza, me tornei fechadão, quase hermético... Mas com o avançar da idade – e ela avança inexoravelmente! - tenho sentido falta de gente real na minha vida. Gente que fale das suas próprias flatulências. Gente que não tenha vergonha de dizer quem é e nem me faça sentir vergonha pelo que sou. Gente, pra quem eu possa ser gente e não apenas um número a mais na agenda do celular, do messenger ou do orkut.
Vou seguir o exemplo da Clarice e publicar o mesmo anúncio.
Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.
P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar. (“Precisa-se” – Clarice Lispector)
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Meu amigo está errado!
Falávamos da vida e ele contava-me suas histórias amorosas, interessantes, inusitadas, assombrosas.
O som da voz do meu amigo e a expressão do seu olhar, escondida atrás dos óculos escuros, falavam de encontros e sensações revolucionários e tão conhecidas e vividas por mim mesmo.A água do mar lavava nossos pés, enquanto os meus pensamentos divagava sobre as minhas próprias histórias.
O amigo contou-me que uma das suas aventuras amorosas disse que estava apaixonada no segundo telefonema que trocaram (ou teria sido o terceiro?), e completou: “Ri na hora ao ouvir tamanho absurdo!. As pessoas são loucas, Alexandre. Como ela podia estar apaixonada por uma pessoa que nem conhecia? Perguntou-me dando nova expressividade a voz.
Na hora, concordei. Entretanto, 100 passos adiantes, nossos pés ainda marcavam as areias santistas, comecei a questionar a mim mesmo sobre o que havia ouvido... e conclui: o meu amigo está ERRADO! Assim mesmo, em letras graúdas para que não restem dúvidas.
Claro que não é loucura apaixonar-se por alguém sem conhecer tão amiúde. Eu já me apaixonei por pessoas no ônibus! Já sofri dor de “amor profundo” num percurso de 30 minutos...rs. rs (um dia conto sobre minhas paixões nos coletivos da vida). Tenho certeza que não há nada de incomum nisso.
É possível sim apaixonar-se e dar coração, dentes, ossos e o próprio sangue por uma voz, um olhar, um toque, uma história recém começada ou nem iniciada! Isto é tão humano... tão tudo que já se escreveu. Ainda que o toque, o olhar, a voz e aquela imagem sejam meras construções de significados tracejados de várias e várias experiências vividas... E daí?! Afinal, o que é o mundo que nos cerca senão a nossa própria projeção que dele fazemos?
A paixão é conhecida e sentida no primeiro e segundo telefonema... principalmente no dia seguinte... Claro! Quem precisa conhecer pra se apaixonar? Pelo contrário, quando conhecemos perdemos a paixão para o amor. Ok. Nem sempre isso ocorre. Quase sempre perdemos a paixão e simplesmente não fica nada no lugar... mas e daí?
Sofremos, choramos e isso tudo dura, muitas vezez, apenas um "percurso de 30 minutos"; ou até surgir uma nova vertigem nos arrastando pelo chão.... "mas sempre tem a cama pronta e rango no fogão", como bem já cantou Lulu Santos.
Meu amigo está errado!
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Beijos são os melhores confidentes
Antes que me questione, tenho certa legitimidade para falar de beijos. Já beijei e desbeijei muito. O meu primeiro beijo e desbeijo foi aos sete, de idade... era só lábio com lábio. Hoje, lembro assombrado do tamanho da emoção de algo tão ingênuo e puro, porque aos sete não imaginava que a língua não é só pra falar ou fazer careta.
O primeiro beijo de verdade (língua com língua) aconteceu entre 9 e 10 anos. Fui iniciado por uma prima, apenas um ano mais velha. Ali senti uma emoção diferente. Era comichão no rosto, no peito, entre a barriga e os pés. Virou quase que um vício, contudo difícil de ser sustentado quando se tem menos de 13 de idade.
Hoje, aos 40, descobri que o beijo também envelhece e é ótimo pra revelar o prazo de validade dos relacionamentos. Contudo, tenha certeza que o tempo transcorrido para um e o outro quase nunca coincidem, apesar de terem o mesmo determinante para a sua duração: a capacidade das bocas tocarem as almas de alguma forma.
Descobri também que há tipos diferentes de beijos tanto quanto há de relacionamentos. Há aqueles que começam bem, mas ficam chatos no meio do caminho. Há aqueles que começam ruim, mas vão esquentando, esquentando... Há os imediatos, tipo beijou, gamou! Ou beijo, vomitou! Quem nunca sentiu um beijo frio e gosmento? Posso escutar você dizer: “eca, parece até meleca!”
Há beijos que de tão cheios de carências e necessidades logo se transformam numa experiência inesquecivelmente desagradável, mas também há os generosos e cheios de dádivas e saudades reveladas.
Existem ainda os beijos ruins, os razoáveis e os bons. Quais elementos que determinam? Não sei. A experiência não me revelou. Já beijei sequinho e gostei. Já beijei babado e adorei. Acho que é o grau de empolgação para com a boca beijada e a capacidade das almas se abraçarem com a língua... Acho.
A minha experiência, contudo, não me deixa dúvidas: beijos são reveladores e revelam mais que o olhar. A gente que não sabe decifrar.
Sabe aquela música do Peninha “tudo era apenas uma brincadeira e foi crescendo, crescendo e me absorvendo”? Desconfio que a versão original era “tudo era apenas um beijo (...) de repente eu me vi assim completamente seu”... Eu costumo usar uma única expressão para definir melhor esse beijo: “fudeu!” ou “To fudido!” e suas demais variantes.
Curiosidades
Não se sabe bem quando surgiu o primeiro beijo da humanidade. Segundo minha pesquisa no Google, existem 176 referências sobre o assunto. Fiquei com preguiça de procurar muito. Encontrei este link em cache que fala não só dos registros históricos, mas também da quantidade de músculos, salivas, vírus e bactérias envolvidos no ato.
http://209.85.165.104/search?q=cache:0sHKHQ90ccsJ:www.odebate.com.br/noticias.asp%3FID%3D10821+%22Primeiro+beijo+da+humanidade%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1 Pode acessar. Não é vírus.
Segundo o link, aí de cima, os registros históricos disponíveis são de 2.500 anos lá na Persa. A pesquisa do Google revelou ainda que o beijo com as línguas entrelaçadas foi inventado pelos franceses, por isso também é conhecido como “beijo francês”. A expressão “beijo de língua” surgiu em 1920. Se bobear muitas das nossas bisavós não provaram a saliva dos nossos bisavôs. E falando nisso, 97% das mulheres fecham os olhos, quando beijam. Apenas 30% dos homens fazem o mesmo.
Quero homenagear os primeiros seres humanos que descobriram este delicioso ato. Mais vale um beijo ruim do que um beijo inexistente. Respeito opiniões contrárias... mas... beijo é beijo!
domingo, 24 de junho de 2007
Brilho aquoso
(*) A regra número um para a insônia
é respirar pausadamente
mantendo o coração ritmado.
A regra número dois
É tentar mesmo esquecer.
Bem que tentou seguir as regras do poema, mas não conseguiu. No dia seguinte, acreditou no engodo do almoço. Sentaram-se frente a frente. Observava-se um discretíssimo brilho aquoso no canto dos seus olhos.
Ali se esqueceu rapidamente da vigília anterior, das injúrias e perjuras. Embora triste a expressão, tentava falar alegremente até que:
“Não vês que são lágrimas e não insônias que trago em meu olhar!” – foi preciso dizer diante de insensível observação ouvida.
Assim, o diálogo e o almoço encerravam-se sem um prólogo, índice, prefácio ou conclusão!
Levantou-se tendo por companhia a saudade e as dúvidas, guias até ali.
Seguiu com a única certeza possível: seus olhos amanheceriam mais uma vez com discretíssimo brilho aquoso.
(*) Jacinto Fabio Corrêa. Pedaços. O Parasempre da Hora - poema 19
Juras da manhã
Assim, sentindo aflorar sua autenticidade em desejos frustrados, debruçou-se sobre o poema de K. Kaváfis:
Jura
Jura de quando em quando começar uma vida melhor.
Mas quando vem a noite com seus próprios conselhos,
Com seus compromissos e com suas promessas;
Mas quando vem a noite com sua própria força,
Para a mesma alegria fatal de seu corpo,
Que quer e que reclama, perdido, ele retorna.
Seus olhos moviam-se rápido enquanto o cérebro lentamente tentava absorver aqueles versos tão autobiográficos.
Ninguém descreveria com tanta propriedade o momento em que vivia, senão como o fez o poema de Kaváfis. E nem sabia por que obra ou mãos aquelas palavras eram tão suas e lhe descreviam tão perfeitamente.
Fechou o livro. Parou pra refletir. Cansou-se e adormeceu entre dúvidas e desejos. Acordou. A manhã promete uma nova jura, um novo poema.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Sobre camisetas e paralelismo
Agora imagine a mesma situação ocorrendo com a pessoa que há tempos você está na azaração e finalmente consegue convidar pra sair. Não dá para imaginar algo do tipo “isso ta começando bem demais”?
Não é o cúmulo da sintonia, a pessoa que você está a fim sair de casa com a mesma camiseta? Você não começa a pensar que os céus, a vida, Deus (seja lá onde está a sua crença) estão enviando um sinal?
E só pode ser bom sinal, essa coincidência. Ainda mais que na nossa sociedade “vestir a camisa” tem todo um significado de comprometimento, responsabilidade e dedicação. É pra impressionar, não é?
Eu costumo chamar essas situações de paralelismo. É um conceito roubado da Análise Sintática do nosso Português e significa o encadeamento de orações com valores sintáticos iguais.
Por desconhecimento, o paralelismo vem sendo negligenciado nos textos e também nas relações humanas. Por isso muitos são derrubados nos concursos públicos e também na vida social, porque não sabem identificar nem analisar corretamente a situação.
Se, contudo, você não tá nem aí e nem quer depender do paralelismo para saber se o seu romance está tendo um bom começo, leve a pessoa num restaurante japonês (sempre impressiona, principalmente se o garçom souber o seu nome).
Antes que me esqueça, há quem prefira chamar esse paralelismo das camisetas de acaso. Pra mim, não. Trata-se de um forte indicador que aquela pessoa é a oração correta na sua frase, como nas regras sintáticas do nosso Português. Vai brincar com a sorte?